Sejam bem vindos!


Este é o cantinho onde a geografia se mistura com a arte. Aqui terá um pouquinho de tudo. Aproveitem e se inspirem!!!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Geografia X Literatura de Cordel



A Literatura de Cordel pode ser utilizada nas aulas de Geografia como recurso didático para abordar assuntos diversificados. Por ser uma poesia popular, de grande expressão cultural do povo nordestino, o cordel exalta nossas raízes, descreve tanto uma ficção como uma realidade. É um dos meios da cultura popular que aborda fatos atuais, política, romance, os problemas ambientais, biografias, costumes e até satirizar alguns acontecimentos marcantes na sociedade atual.
O uso didático do cordel em sala de aula nos possibilita um trabalho interdisciplinar, uma busca histórica por nossas raízes, um resgate cultural, nos oferece condições de trabalhar com diversos conteúdos presentes nos currículos geográficos. Fazendo uso dessa linguagem tão simples e de fácil entendimento, não só adquirimos formas diversificadas de estudar geografia, como também, estimulamos nosso alunado a descobrir um possível poeta adormecido.
Usar o cordel é trabalhar uma geografia com identidade local, é despertar no alunado a valorização e resgate da nossa cultura, dos nossos hábitos e costumes. É inovar e usar um recurso simples, mas de valor imensurável.
Em um poema PATATIVA DE ASSARÉ (2001:18), retrata:
“Eu nasci ouvindo os cantos
Das aves de minha terra
Vendo os belos encantos
Que a mata bonita encerra
Foi ali que fui crescendo
Fui vendo e fui aprendendo
No livro da natureza
Onde Deus é mais visível
O coração é mais sensível
E a vida tem mais pureza“.
Leia material interessante no Link:



quarta-feira, 27 de junho de 2012

Geografia em cordel






FUSOS HORÁRIOS


Dois compadres conversando,
Logo depois do almoço
Um deles era bem velho
E o outro um belo moço

O velho falava muito
Expondo sabedoria.
O moço ouvia tudo,
Mas muito pouco entendia.


O velho disse pra ele

Algo de admirar:
- Enquanto aqui o sol brilha,
É noite em outro lugar.

O moço ficou calado.
Depois pensou e falou:
- Isso é muito complicado.
Quem entende disso é doutor

O velho ficou irado
E disse num vozeirão:
- Quando aqui chega à noite,
Chega o dia no Japão.

A geografia estuda
Com clara demonstração
O que contribui pra isso,
É o movimento de rotação.

Isso tudo acontece
Num intervalo de tempo.
Pois duram 24 horas
Todo esse movimento.

Por causa desse movimento
No globo terrestre é que acontece
De uma parte fica clara,
e outra parte escurece.

Isto que eu vou dizer,
Não é algo imaginário.
O globo terrestre está dividido
Em 24 fusos horários.

Num período de 24 horas,
Em todos os dias do ano
O globo irá oferecer ao sol
Todos os seus meridianos.

Pra não ficar complicado pro tráfego Marítimo e
também Continental,

Em 1884, resultou em Washington
A celebração de um congresso internacional.

Veja como acontece
O fuso horário no Brasil

Temos o 1º, 2º, 3º e 4º,
Ainda bem que o 5º não existiu
Em todos eles existem
A diferença da hora.
Vamos ver tudo isso

Exatamente agora.

No 1º fuso, a diferença é de menos 2 horas.
Abrangendo algumas ilhas
E o arquipélago de Fernando de Noronha.
Se não sabia disso, não fique com vergonha.

O 2º fuso
É especial.
Com menos 3 horas
É o fuso oficial.
O 3º é de menos 4 horas
Como agora vou citar:
Compreendem o Mato Grosso, O Amazonas e

a região do Pará.
Já o 4º
Fica em destaque
Abrange um pouquinho do Amazonas
E o Estado do Acre.
Para concluir eu digo
Que fiz um grande esforço.
Concordo com o senhor velho
E não discordo do moço.

SILVA, Sandra Regina - SÃO BENTO/200

Geografia Cordelista

Geografia em Rima



Estudando Geografia
Seja em qualquer dimensão
Estado, País, Continente
Veja a localização
Pegue o mapa mundi
Tenha uma ampla visão.

Para localizar-se no espaço
Existem algumas questões
De dia observe o sol
E a noite as constelações
Nunca venha esquecer
Dessas orientações.

Vamos todos aprender
E a dúvida eliminar
Procure usar a bússola
Pra sempre se orientar
Pois em qualquer posição
Ao norte vai apontar.

Para construir a bússola
É bem fácil de montar
Com prato água e agulha
Com imã para imantar
Ponha sobre o isopor
Que ao norte vai apontar.

Elimine toda a dúvida
Não queira continuar
Tanto professor e aluno
Procure se orientar
Usando a rosa dos ventos
Pra direção encontrar.

Na rosa dos ventos vemos
Quatro pontos cardeais
Norte-sul, leste-oeste
Também os colaterais
Veja que também existe
Pontos subcolaterais.

Se na Geografia física
Você tiver sintonia
Verás que é importante
Estudar cartografia
Visualizar os mapas
Sabendo suas simetrias.

Em todos os mapas existem
É bem fácil de encontrar
Os dois tipos de escalas
Todos têm que apresentar
A gráfica e a numérica
Elas não podem faltar.

Através dessa escala
Podemos nos orientar
Tendo a noção de tamanho
Que os mapas vão apresentar
Por isso tenha atenção
Procure visualizar.

Ao analisar os mapas
Lembre-se que tem ficção
As várias linhas que vemos
É tudo imaginação
Sendo todas necessárias
Pra melhor compreensão.

Juarês Alencar Pereira.


Veja também:

 Jeito Diferente de Falar

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Uso da literatura na geografia



Uma das áreas que mais cresce na ciência geográfica é aquela que propõe analisar o espaço geográfico em obras literárias. Qualquer história, conto ou novela, não acontecem desassociados de uma paisagem, de um espaço qualquer. A ação e as falas das personagens são acompanhados de descrições do lugar onde se encontram.

A análise geográfica a partir da literatura pode auxiliar na compreensão de determinados espaços tanto no passado quanto no presente e o movimento da sociedade nesses tempos, uma vez que a literatura reflete a vida em comunidade. A literatura traz elementos que possibilita mergulhar em algumas esferas do espaço regional, compreendendo sua gente, seus hábitos, seu dia-a-dia. Esse conjunto de práticas regionais produz o que muitos estudiosos chamam de regionalismo.

Poucos geógrafos abordaram a literatura em seus estudos. Todavia, os estudos de obras literárias com interesse geográfico não são recentes. Os geógrafos que procuram fazer a geografia literária têm-se interessado, sobretudo, pela representação da realidade geográfica, pela expressão de um imaginário dos lugares ou de uma outra maneira de habitar, poeticamente, o espaço nas palavras de Tissier (1992).

A literatura vem sido utilizada, para análises espaciais desde o início do século XX, por ser um meio considerado eficaz de investigação, que permite enxergar os lugares em diferentes escalas, representando o cotidiano, a paisagem, o mundo vivido. Por isso a literatura pode ser um excelente recurso para o ensino de geografia.

Mesmo sendo ainda pouco utilizada nas análises do espaço geográfico, a literatura, é também apontada pelos MEC nos Parâmetros Curriculares Nacionais como possibilidade interdisciplinar com a Geografia. De acordo com os PCN’s é possível aprender Geografia a partir da leitura de autores consagrados de nossa literatura. Pois a produção literária brasileira é rica em autores que retratam em suas obras diversas paisagens, regiões e aspectos sociais e culturais da sociedade brasileira em diferentes temporalidades.

Alguns autores colocam que para a Geografia, o romance regional é um instrumento eficiente e valioso para a compreensão dos processos que atuam na construção, permanência e decadência de uma região. Por isso, a geografia voltou-se para a literatura desde o início dos anos 70, período de renovação nos estudos geográficos com foco na dimensão cultural. Permitindo assim reflexões enquanto favorece o contato entre diversas disciplinas possibilitando trocas interdisciplinares.